Cinco amigos de
adolescência compartilham a frustração de não terem alcançado o sucesso que
projetaram para suas vidas. A possibilidade de recuperar o tempo perdido surge
através de uma tentadora e arriscada proposta: o assalto a uma transportadora
de valores. O crime (quase) perfeito que prometia transformar suas trajetórias
cumpre o seu propósito, mas não exatamente do jeito que eles esperavam.
APRESENTAÇÃO
O
diretor Mauricio Farias (o mesmo de ‘O Coronel e o Lobisomem’,
‘Verônica’, ‘A Grande Família – o Filme’, e a série ‘Tapas e Beijos, da TV
Globo) sempre quis levar para a tela grande uma comédia que girasse em
torno das aventuras (e desventuras) de um grupo de amigos e fosse
ambientada na periferia de uma grande cidade brasileira. Foi desta ideia que
nasceu ‘Vai que dá certo’, que reúne nos papeis principais alguns dos nomes
mais representativos da nova geração de atores e humoristas do país: Fabio Porchat, Danton Mello, Bruno
Mazzeo, Gregório Duvivier, Lúcio Mauro Filho, Felipe Abib e Natália
Lage.
Produzido
por Silvia Fraiha (Fraiha
Produções), coproduzido pela Globo
Filmes e distribuído pela Imagem
Filmes, o quarto longa-metragem da carreira de Maurício Farias estreia nos
cinemas no dia 22 de março de 2013, em --- salas. O filme recebeu investimento
do Fundo Setorial do Audiovisual, do Prêmio
Adicional de Renda, da Lei Mendonça, através do Sistema Anglo de
Ensino, e do Edital de Paulínia. O filme conta ainda com as
participações especiais de Lúcio Mauro (pai), Camilla Amado, Georgiana Góes, Felipe Rocha, Ravel Cabral, Sergio
Guizé, Luiz Ramalho e Roney Facchini.
Rodado
em cinco semanas, nas cidades de Paulínia e Campinas, o longa narra o
reencontro de cinco amigos de colégio que compartilham a frustração de não
terem alcançado o sucesso que projetaram para suas vidas. A possibilidade de
recuperar o tempo perdido surge através de uma tentadora e arriscada proposta:
o assalto a uma transportadora de valores. O crime que prometia transformar
suas trajetórias cumpre o seu propósito, mas não exatamente como planejaram.
“O
que eu acho interessante nessa história é discutir até que ponto as pessoas são
éticas. Até que ponto elas fazem a coisa certa? Em que ponto elas deixam de
fazer a coisa certa? E que coisas erradas elas são capazes de fazer para salvar
a própria pele?”, questiona o diretor. “Tem uma crítica também à realidade do
Brasil, da impunidade, do ladrão que rouba ladrão. É uma comédia muito
divertida que tem um pano de fundo que pode fazer as pessoas saírem do cinema
rindo, se divertindo, mas, ao mesmo tempo, refletindo sobre o Brasil e a
realidade que a gente vive”, completa Silvia Fraiha.
O
fio condutor que deu ignição ao projeto foi uma história que Maurício ouviu em
meados dos anos 90.
“Eu
soube que o motorista de um conhecido havia sido preso por ter cometido um
assalto. Era uma pessoa aparentemente honesta e querida do patrão. E eu fiquei
pensando ‘que tipo de situação leva uma pessoa a cometer um crime, colocando em
risco a própria vida ou liberdade?”, lembra o diretor. “Poucos anos depois, eu
escrevi o primeiro tratamento do roteiro, em parceria com o Alexandre Morcillo,
que havia sido meu aluno num curso na Cinédia”.
A
primeira versão, no entanto, foi parar na gaveta, onde permaneceu por cerca de
dez anos, até que nas filmagens de ‘Verônica’ Farias contou a história –
originalmente intitulada ‘Apolo - os reis da malandragem’ – para a produtora
Silvia Fraiha, que abraçou a ideia imediatamente.
“A
Silvia levantou o projeto e um ano e pouco depois estávamos prontos para
produzir. A história inicialmente se passava no Rio de Janeiro, mas chegamos
juntos à conclusão de que seria necessário mudar de cenário, porque o subúrbio
do Rio já havia sido muito retratado no cinema naqueles dez anos”, explica
Farias. “Foi quando eu chamei o Bernardo Guilherme e o Marcelo Gonçalves
(redatores finais da Grande Família), meus parceiros na televisão, para
trabalharem comigo na adaptação do roteiro. Escrevemos juntos durante um ano,
mas eles ficaram sobrecarregados com o trabalho na televisão e não puderam
seguir em frente”.
Faltavam
somente três meses para o início da filmagem, o roteiro ainda estava inacabado
e o diretor precisava encontrar alguém com urgência para terminar de
escrevê-lo. A dica providencial veio do ator Bruno Mazzeo, que já fazia parte
do elenco do filme àquela altura.
“O
Bruno sugeriu que eu convidasse o Fabio Porchat. Foi uma ótima ideia. Uma boa
parte do roteiro já estava bem adiantada mas ainda faltava acertar algumas
coisas no início e outras no terço final da história. Eu e Fabio trabalhamos em
tempo recorde. A parceria com ele foi espetacular”, recorda Farias.
Quando
entrou no projeto, o elenco estava praticamente definido e Fabio já sabia quem
interpretaria a maioria dos personagens. Com isto em mente, escreveu os
diálogos já pensando no jeito de cada um deles de atuar.
“Quando
você já tem o elenco definido, isso ajuda bastante. Escrevi os personagens com
a cara de cada ator”, conta Porchat. “Eu gosto desse tipo de comédia e acho que
consegui colocar um meu jeito meio particular de humor no roteiro”.
Um
dos grandes desafios de Maurício Farias era encontrar um grupo de bons atores,
jovens e engraçados, que tivessem um bom entrosamento e imprimissem o ritmo
cômico e de ação que as cenas exigiam.
“Fazer
comédia tem as suas especificidades e trabalhar com muitos atores em cena exige
muita atenção com o ritmo, com os pontos principais da cena, onde estão as
piadas, e como você destaca isto para que elas fiquem claras e funcionem”,
analisa.
“O
elenco é um dos grandes acertos do filme. São todos comediantes de primeira.
Jovens com muita experiência, com talento para ir da comédia ao drama. Acho que
o Felipe Abib era o único com quem eu não havia trabalhado antes. Todos arrasam
no filme”, elogia Maurício.
O
diretor tinha como premissa fazer um filme acessível que, ao mesmo tempo,
apresentasse algo de novo e transitasse por vários gêneros, provocando diversas
sensações no público.
“Vai que dá certo mistura comédia, ação e
filme de geração. Não é um filme violento, mas coloca as personagens em
situações de perigo real, que provocam certa tensão nos espectadores. Meu
desejo era fazer com que todos esses movimentos, sejam de tensão ou de
reflexão, sempre levassem à comédia. Essa foi a nossa preocupação no roteiro e,
claro, essa foi a minha preocupação na hora de dirigir”, explica Maurício.
BIOGRAFIA DE MAURICIO FARIAS
Seu
primeiro trabalho no cinema foi como ator no longa-metragem As aventuras de tio Maneco (1970), de Flávio Migliaccio, produzido
por seu pai, Roberto Farias. Com uma longa carreira na Rede Globo, começou como
assistente de direção e logo passou dirigir. Como diretor, tem em seu currículo
dezenas de novelas, minisséries e seriados, entre eles os seriados A Grande Família, que dirigiu por dez
anos, e a atual série de maior audiência da televisão brasileira, Tapas e Beijos. No cinema transitou por
várias funções, foi ator, produtor, técnico de som, montador e editor
de som. Como diretor, estreou com o curta-metragem A espera (1986),
codirigido com Luiz Fernando Carvalho, e premiado como melhor curta no Festival
de Gramado e no Festival de San Sebastian, na Espanha. Seu primeiro
longa-metragem foi O coronel e o
Lobisomem (2005), seguido
de um dos grandes sucessos de público de 2007, A grande família – o filme, baseado
no seriado homônimo e que alcançou mais de dois milhões de espectadores. Verônica (2009), seu terceiro
longa-metragem, obteve o premio da
Juventude de Melhor Filme na 32ª Mostra
de Cinema Internacional de São Paulo e obteve a maior audiência do Cinema
Brasileiro na televisão no ano de 2010, quando foi visto por mais de 35 milhões
de telespectadores.
Entrevista de Maurício Farias na íntegra:
A
ideia de fazer o filme
“Esse
projeto surgiu de uma história que me contaram em 1994. Eu soube que um
motorista de uma pessoa conhecida tinha sido preso porque havia feito um
assalto. Era uma pessoa querida do patrão, honesta, mas que por uma dificuldade
decidiu cometer um assalto. Aquilo me impressionou bastante. Fiquei pensando
por que motivos uma pessoa faria uma coisa dessas. Que tipo de situação leva
uma pessoa a cometer um crime, colocando em risco a própria vida ou
liberdade?”.
O
processo do roteiro
“Alguns
anos depois, eu escrevi um roteiro em parceria com o Alexandre Morcillo, que
havia sido meu aluno num curso na Cinédia. Os textos dele eram ótimos e
escrevemos juntos o roteiro, que inicialmente se passava na periferia do Rio de
Janeiro. Eram cinco amigos que estavam
sem grana e resolviam cometer um assalto a um carro forte. Era um assalto
combinado, ou seja, era tudo uma marmelada, porque as pessoas que eles iriam
roubar estavam dentro da jogada. O projeto acabou não saindo naquela época
porque outros filmes vieram, mas quando estávamos filmando Verônica, a Silvia
Fraiha, produtora daquele filme, se interessou pela ideia. Ela leu o roteiro,
gostou e topou produzir. A Silvia levantou o projeto e um ano e pouco depois
estávamos quase prontos para produzir. E começamos a discutir se o roteiro
ainda era atual. Chegamos à conclusão de que seria necessário mudar o cenário
da história, porque o subúrbio do Rio já havia sido muito retratado naqueles
dez anos, desde a primeira versão do roteiro. Foi quando chamei o Bernardo
Guilherme e o Marcelo Gonçalves, meus parceiros na televisão, que fizeram
comigo a Grande Família, para trabalharem na adaptação do roteiro. Trabalhamos
durante um ano no roteiro. Enquanto isso, Silvia terminou de levantar o filme.
Precisávamos do roteiro pronto, mas o Marcelo e o Bernardo ficaram sobrecarregados
com o trabalho na televisão e não puderam seguir em frente conosco. Ao mesmo
tempo, eu já tinha trabalhado na televisão com o Fabio Porchat, o Bruno Mazzeo
e o Gregorio Duvivier, no programa Junto & Misturado, e já tinha lido
alguns textos deles, que eram muito bons. O Bruno sugeriu que eu chamasse o
Fabio para terminar de escrever o roteiro comigo. Foi uma ótima ideia. Uma boa
parte do roteiro já estava bem adiantada mas ainda faltava acertar algumas
coisas no início e outras no terço final da história. Àquela altura, tínhamos
poucos meses. Mas eu e Fabio trabalhamos em tempo recorde. A parceria com ele
foi espetacular. O roteiro é o resultado do trabalho dessa turma toda.
Alexandre, Bernardo, Marcelo, Fábio e eu. Fabio ainda escreveu os diálogos. Foi
assim que saímos do papel para o primeiro dia de filmagem”.
A
mensagem
“O
que eu acho interessante nessa história é discutir até que ponto as pessoas são
éticas. Até que ponto elas fazem a coisa certa? Em que ponto elas deixam de
fazer a coisa certa? E que coisas erradas elas são capazes de fazer para salvar
a própria pele?” Os personagens vão inventando milhões de desculpas para fazer
cada vez mais coisas erradas e, assim, não param de se complicar. Para piorar,
a sorte conspira o tempo inteiro contra eles. No fim da história, eles estão
tão confusos que não sabem mais se estão certos ou errados”.
O
trabalho com o elenco
“O
elenco é um dos grandes acertos do filme. São todos comediantes de primeira.
Jovens com muita experiência, com talento para ir da comédia ao drama. Eles
compõem as personagens de maneira muito verdadeira. São atores inteligentes e
divertidos. É uma alegria filmar com um elenco assim. Já tinha trabalhado com a
maioria deles. Acho que o único com quem eu não havia trabalhado era o Felipe
Abib. Todos arrasam no filme.”
O
processo de escolha do elenco
“Tem algumas histórias engraçadas na escalação
dos atores. Originalmente, eu tinha imaginado um elenco um pouco mais velho.
Foi na nova versão do roteiro, que baixamos a faixa etária das personagens. Mas
antes de terminarmos o roteiro foi preciso convidar o elenco. Lucio foi o
primeiro convidado. Depois, Bruno e Gregório. Eu tinha acabado de fazer um
programa de televisão com os dois. Natalia, Danton e Felipe vieram logo depois.
E por último o Fábio que entrou no lugar de um ator que não pode fazer o filme.
Mas há 10 dias do começo das filmagens, Bruno, Danton e eu decidimos mudar os
personagens dos dois. Bruno virou Paulo, personagem que seria do Danton, e
Danton virou Rodrigo, personagem que seria do Bruno”.
A
equipe
“Eu
acredito muito no trabalho em
equipe. Tenho certeza que um diretor só consegue um resultado
espetacular quando está com uma equipe espetacular. No filme eu tive a sorte de
trabalhar com profissionais muito talentosos, com quem tenho grandes
afinidades. A direção de arte é de uma parceira de longa data, a Luciana
Nicolino, que também fez a direção de arte em ‘Verônica’. Lu é uma diretora extremamente competente,
com uma visão precisa do todo e do detalhe, nada escapa dos seus olhos. A
cenografia é da Jussara Perussolo. Ela construiu cenários maravilhosos. O
Antônio Medeiros, que também trabalha comigo na televisão – Aline e Tapas e
Beijos – assina o figurino. Suas roupas tem
muita personalidade e sutileza. Suas montagens ajudam muito os atores nas
composições. Assim como a espetacular caracterização e maquiagem, feitas pela
Simone Batata, que também trabalhou comigo muitas vezes na televisão. A
produtora de elenco, Andréa Imperatore, mais uma parceira da televisão, foi
fundamental na composição do elenco principal e na formação do elenco de apoio.
A direção de fotografia é do experiente e talentoso Uli Burtin. Esse é o nosso
primeiro trabalho juntos. Uli foi um parceiro incansável durante as filmagens e
sua fotografia retrata com precisão, verdade e beleza todos os atores e
cenários do filme. O editor Fabio Vilela, que trabalha comigo há muito tempo –
fez Verônica, A Grande Família – é também um grande parceiro. Com sua edição
ágil, cheia de personalidade, Fabio contribuiu decisivamente no resultado final
da montagem. E Branco Mello que assina com Emerson Villani a direção musical do
filme. Os dois foram meus parceiros em muitos outros projetos e são músicos
sensacionais. A trilha do filme é incrível”.
Dirigir
um filme de comédia
“Fazer
comédia tem as suas especificidades. Você precisa ter muita atenção ao ritmo,
aos pontos principais da cena, onde estão as piadas, e como você faz para
destacá-las, para que fiquem claras, para que funcionem. Quando você tem vários
atores em cena, é preciso muita atenção. O publico precisa entender bem a
situação, ver os movimentos de cada uma das personagens, e isso tem que
acontecer de maneira que pareça muito natural. “Vai que dá certo” mistura
comédia, ação, filme de geração. Não é um filme violento, mas coloca as
personagens em situações de perigo real, que provocam certa tensão nos
espectadores. Meu desejo era fazer com que todos esses movimentos, sejam de
tensão ou de reflexão, sempre levassem à comédia. Essa foi a nossa preocupação
no roteiro e, claro, essa foi a minha preocupação na hora de dirigir. Além
disso, procurei captar da melhor forma aquilo que o elenco e a equipe colocaram
à minha disposição: as nuances nas interpretações, os detalhes do cenário, do
figurino, da maquiagem, enfim, cada coisa que a equipe apresenta. Recriar uma
realidade permite infinitas possibilidades. Quanto mais capaz for a equipe,
maior o número de camadas que ela proporciona para um diretor”.
Cenas
marcantes
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