Estudo da FecomercioSP, com
informações do Banco Central e do IBGE, mostra queda de inadimplência em
dezembro de 2013 frente ao mesmo mês de 2012
Nos últimos
três anos os brasileiros desembolsaram R$ 1,108 trilhão para o pagamento de
juros, valor próximo do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina em 2012 (US$
475,2 bilhões). A maior quantia foi paga pelas famílias, totalizando R$ 696,5
bilhões. As empresas ficaram responsáveis pelos R$ 411,5 bilhões restantes. Os
números fazem parte de análise realizada pela Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) a partir do cruzamento
de dados do Banco Central e do IBGE.
O
montante anual pago em juros, por pessoas físicas e jurídicas, oscilou de R$
381,8 bilhões em 2011, para R$ 362,1 bilhões no ano seguinte e R$ 364,1 bilhões
em 2013. A participação das famílias no total permaneceu acima de 60%, variando
ao longo dos três anos de 62,3%, três anos atrás, para 63,3%, em 2012 e,
finalmente, para 62,9% no ano passado.
Expansão
do crédito
O
saldo em reais de linhas de financiamento e empréstimo concedidas às famílias e
empresas brasileiras tem se elevado desde 2011. De dezembro daquele ano -
quando foi registrado um total de R$ 1,381 trilhão - para idêntico mês de 2013,
com um volume de R$ 1,508 trilhão, o crescimento chegou a 9,2%. Em dezembro de
2012, o saldo já tinha atingido a cifra de R$ 1,482 trilhão, resultante de uma
alta de 7,3% sobre dezembro do ano anterior.
Segundo
a FecomercioSP, ainda existe espaço para a manutenção do aumento do volume de
crédito contratado no País. Isso porque em março de 2013, o saldo total
representava apenas 34% do PIB brasileiro.
Recuo
da inadimplência
Além
disso, apesar dessa expressiva evolução, o porcentual de inadimplência total
(pessoas físicas e jurídicas) se mantém em padrões aceitáveis. Após se manter
em 10,4% nos meses de dezembro dos dois primeiros anos analisados, recuou para
a casa de um dígito, encerrando 2013 com uma taxa de 9,2%. No comparativo entre
as taxas de inadimplência de pessoas físicas e de empresas, porém, há uma
grande assimetria. Enquanto a taxa de atraso dessas últimas foi de 5,5% em
dezembro passado, com média de 6% nos últimos 36 meses, das famílias foram de
13% e 14,5%, respectivamente, nos mesmos períodos.
Ainda
de acordo com a entidade, embora algumas variáveis de crédito se mostrem
instáveis, percebe-se uma situação, em dezembro passado, com indicadores mais
positivos do que a média de 2013 e de 2012. O aumento dos juros notado durante
o ano passado, por outro lado, pode ser um entrave para a manutenção da
estabilidade nos níveis de inadimplência. Nesse sentido, o controle da inflação
é visto como elemento crucial e determinante do comportamento de crédito nos
próximos meses.
Sobre a
FecomercioSP
A
Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo
(FecomercioSP) é a principal entidade sindical paulista dos setores de comércio
e serviços. Responsável por administrar, no Estado, o Serviço Social do
Comércio (Sesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac),
representa um segmento da economia que mobiliza mais de 1,8 milhão de
atividades empresariais de todos os portes e congrega 154 sindicatos patronais
que respondem por 11% do PIB paulista - cerca de 4% do PIB brasileiro -,
gerando em torno de cinco milhões de empregos.
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