Informatização do sistema de emissão levará à redução do volume de documentos abandonados
Mais
de 5 milhões de Carteiras de Trabalho e Previdência Social (CTPS) estão
à espera de seus solicitantes nas
superintendências regionais, gerências e agências do Ministério do
Trabalho e nos postos de atendimento de instituições conveniadas em todo
o Brasil.
O
número exato, neste momento, é de 5.100.844, segundo informações do
Ministério do Trabalho. O recordista de
carteiras não retiradas é o Rio Grande do Sul, com 776.824, seguido
pelo Paraná, com 660.894, e Minas Gerais, com 625.208. Na sequência
aparecem Rio de Janeiro, com 381.190, Goiás, com 327.138, Ceará, com
305.822, e Maranhão, com 259.697.
“A
carteira não é apenas o registro da história de trabalho do cidadão”,
afirma o ministro do Trabalho, Ronaldo
Nogueira. “É sua memória de trabalho e de vida”, ele enfatiza,
destacando a importância do documento. Instituída em 1932 como Carteira
Profissional, o documento passou à atual nomenclatura em 1969. “A
carteira de trabalho reúne, em suas anotações, relatos
de trajetórias individuais que ajudam a contar a história do país”, diz
o ministro.
Engana-se
quem pensa que, entre os motivos que explicam tantas carteiras
abandonadas, está a preguiça, o descaso
ou o esquecimento. É o contrário: a principal razão da não retirada das
carteiras na rede de atendimento é, exatamente, a pressa, como explica
Francisco Gomes, coordenador de Identificação e Registro Profissional do
Ministério do Trabalho desde 1995. “Antes
da informatização, a carteira era emitida manualmente e havia um prazo
de entrega que podia chegar, em alguns locais, a 15 dias, limite
estabelecido por lei. Muita gente, que precisava do documento no mesmo
dia, em geral por exigência do novo empregador, ia
para outro posto de atendimento para tentar a emissão mais rápida, às
vezes em outra cidade. Com isso, o primeiro pedido gerava a emissão de
um documento fadado a não ser retirado”.
As carteiras não retiradas ficam sob a guarda do Ministério do Trabalho. Apenas aqueles documentos que, por terem
sido danificados, perderam a validade, são incinerados.
A
informatização do sistema de emissão de carteiras de trabalho avançou a
partir de 2007, chegando a quatro estados
entre aquele ano e 2008. De 2008 para cá, 26 estados foram sendo
gradativamente informatizados. Até meados de 2017, com a completa
informatização de São Paulo, o país inteiro estará coberto pelo sistema.
E quanto mais informatização, menos carteiras abandonadas.
A entrega é na hora e os postos estarão conectados em rede, informando
uns aos outros quando já existir um pedido de emissão feito pelo mesmo
cidadão.
“Além disso, haverá um custo de produção menor”, salienta Francisco Gomes.
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