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Prof. Stadler no “AI for Good”: “Em situações em que acidentes são inevitáveis, nós esperamos uma decisão do carro autônomo”
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A iniciativa beyond
examina as questões éticas e legais da condução autônoma e do futuro do trabalho
Genebra/Ingolstadt,
7 de junho de 2017 – O CEO da Audi, Prof. Rupert Stadler, falou no
Congresso da ONU sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) em
benefício da humanidade.
Durante sua palestra no “AI for Good Global Summit”, o executivo
afirmou que a condução autônoma apresenta uma oportunidade para melhorar
significativamente a vida. Mas advertiu, no entanto, sobre as
expectativas excessivas: “Em situações em que um acidente
é inevitável, esperamos uma decisão do carro autônomo. Mas uma situação
de dilema não pode ser resolvida nem pelo homem, nem por uma máquina”.
Portanto, ao lado de questões legais, as questões éticas sobre o uso da
nova tecnologia também precisam ser discutidas,
acrescentou Stadler, trazendo o assunto para debate.
No
primeiro “AI for Good Global Summit”, em Genebra, o presidente do
Conselho de Administração da AUDI AG disse para especialistas da ONU:
“Precisamos de um discurso na
sociedade que analise o enorme potencial de condução autônoma em
relação às questões éticas e legais”. A IA é considerada por
especialistas da ciência e da indústria como uma tecnologia-chave para a
condução autônoma, uma vez que permite que o carro perceba
e interprete o ambiente e tome decisões a partir disso. Mas quem é
responsável em caso de acidentes e como o automóvel deve dirigir de
forma autônoma diante de uma situação inevitável de perigo? “Levamos a
sério as preocupações da sociedade e os desafios associados
a isso”, ressaltou Stadler.
Nos últimos dois anos, a Audi construiu a rede interdisciplinar beyond,
formada por especialistas em inteligência artificial reconhecidos
internacionalmente
nos campos de ciência e negócios. A iniciativa foca nos efeitos sociais
da IA aplicada ao automóvel e ao mundo do trabalho. Filósofos,
psicólogos, juristas, cientistas da computação e empreendedores de
start-ups participaram dos primeiros eventos. Em um workshop
sobre as questões éticas e legais da condução autônoma, especialistas
da Audi se encontraram com Iyad Rahwan e Kate Darling, do MIT Media Lab,
Luciano Floridi, da Universidade de Oxford, e Bryant Walker Smith, da
Universidade da Carolina do Sul, entre outros
participantes. Agora, com a apresentação da iniciativa beyond
no “AI for Good Global Summit”, a mesma passa a incluir o público na
discussão. "A indústria automobilística não pode responder sozinha às
questões éticas e legais da condução autônoma",
disse Stadler. “A ciência, as empresas, os políticos e a sociedade
devem trabalhar juntos.” Como próximo passo, a iniciativa envolverá mais
agentes na cooperação com as pesquisas.
O segundo ponto em que a iniciativa beyond
está focado é no futuro do trabalho na era da IA. “Precisamos de uma
compreensão mais diferenciada de como a inteligência
artificial está mudando nosso mundo de trabalho”, destacou Stadler.
Isso se relaciona com os mecanismos básicos do mercado de trabalho e
também com projetos nas empresas. “Nosso objetivo é uma colaboração
perfeita entre humanos e máquinas”, enfatizou. A ideia
de montagem modular sem uma linha de produção é um exemplo de como
poderia se dar essa interação em uma fábrica inteligente.
"Fundamentalmente,
temos de garantir que a inteligência artificial seja usada em benefício
da sociedade", disse o executivo. “Como ela muda as nossas vidas é algo
que depende
de todos nós e também da maneira como usamos o potencial das novas
tecnologias.”
Os
organizadores do Congresso da ONU em Genebra são a União Internacional
das Telecomunicações (ITU), a agência das Nações Unidas responsável
pelas tecnologias da informação
e comunicação e a Fundação XPRIZE, criada por Peter Diamandis. Nos três
dias de evento, especialistas internacionais se reúnem para discutir o
potencial da inteligência artificial na resolução dos desafios globais.
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