sábado, 27 de julho de 2013

Pesquisa aponta que 20% dos executivos tem desvio de conduta

Balanços maquiados, notas adulteradas, situações diferentes da realidade, assédio moral ou sexual. Esses são alguns dos desvios de comportamento que levam qualquer empresa a prejuízos e problemas jurídicos. Mas, ao contrário do que imaginamos, não são tão raros quanto parecem. Segundo estudo da HSD Consultoria em RH, cerca de 20% dos executivos avaliados possuem desvios de conduta, com potencial risco para prejuízos financeiros. A amostragem de cerca de 5.000 avaliações traz dados alarmantes: os principais problemas levantados são desvio de conduta moral e ética, maquiagem de resultados e priorização dos interesses pessoais.

A pesquisa ainda demonstra que, apesar dos indicadores, algumas empresas ainda relutam em tomar decisões para o desligamento de executivos sob a justificativa de que os mesmos trazem resultados. Empresarialmente, o risco fator humano na condução das empresas tem tido pouca atenção por parte dos empresários, acionistas e conselhos de administração. 

Na opinião de Susana Falchi, executiva de Recursos Humanos e integrante do Comitê de RH do IBGC, esse tipo de atitude é arriscada. “Se há desvio de conduta comprovada pela auditoria, uma ação imediata e contundente deve ser a ordem e não uma discussão.  Pois com certeza, outras pessoas da organização sabem deste desvio de conduta e a mensagem que se passa é que desde que traga resultados, pode!”, afirma.

Susana ainda alerta que apesar da existência de seguros (D&O) que garantam indenização a terceiros, como clientes, acionistas, concorrentes, entre outros, que tenham sido afetados por erros e omissões da empresa ou de responsabilidade de executivos, a melhor opção é ajustar o filtro de seleção de executivos e mapear os já atuantes “Normalmente, estes executivos trazem traços de grande influência e inteligência, o que maquia uma personalidade doentia. As companhias abertas podem e devem mitigar os riscos de pessoas. Não seria uma forma de evitar casos como Panamericano, Agrenco, Sadia e tantos outros que ouvimos falar nos últimos anos?”, completa.

Como atuar preventivamente

1.Mapear o perfil comportamental de todos os profissionais selecionados (e não somente, comportamentos observáveis, mas também os fatores estruturantes da personalidade);
2.Ter seus sistemas de controle aperfeiçoados para não ter dependência humana no que tange os indicadores gerenciais, principalmente;
3.Ter processos integrados que assegurem entradas, processamentos e saídas que possam ser controladas.
4.Desenvolver a cultura de ética e integridade nas organizações com plano de consequências;
5.Valorizar os resultados a médio e longo prazo;
6.Rever o sistema de bônus executivo, vinculando seu ganho aos resultados de longo prazo;

7.Desenvolver políticas de RH que sejam permeadas pela visão de gerenciamento de riscos. 

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