Balanços
maquiados, notas adulteradas, situações diferentes da realidade, assédio moral
ou sexual. Esses são alguns dos desvios de comportamento que levam qualquer
empresa a prejuízos e problemas jurídicos. Mas, ao contrário do que imaginamos,
não são tão raros quanto parecem. Segundo estudo da HSD Consultoria em RH,
cerca de 20% dos executivos avaliados possuem desvios de conduta, com potencial
risco para prejuízos financeiros. A amostragem de cerca de 5.000 avaliações
traz dados alarmantes: os principais problemas levantados são desvio de conduta
moral e ética, maquiagem de resultados e priorização dos interesses pessoais.
A pesquisa
ainda demonstra que, apesar dos indicadores, algumas empresas ainda relutam em
tomar decisões para o desligamento de executivos sob a justificativa de que os
mesmos trazem resultados. Empresarialmente, o risco fator humano na condução
das empresas tem tido pouca atenção por parte dos empresários, acionistas e
conselhos de administração.
Na opinião
de Susana Falchi, executiva de Recursos Humanos e integrante do Comitê de RH do
IBGC, esse tipo de atitude é arriscada. “Se há desvio de conduta comprovada
pela auditoria, uma ação imediata e contundente deve ser a ordem e não uma
discussão. Pois com certeza, outras pessoas da organização sabem deste
desvio de conduta e a mensagem que se passa é que desde que traga resultados,
pode!”, afirma.
Susana
ainda alerta que apesar da existência de seguros (D&O) que garantam
indenização a terceiros, como clientes, acionistas, concorrentes, entre outros,
que tenham sido afetados por erros e omissões da empresa ou de responsabilidade
de executivos, a melhor opção é ajustar o filtro de seleção de executivos e
mapear os já atuantes “Normalmente, estes executivos trazem traços de grande
influência e inteligência, o que maquia uma personalidade doentia. As
companhias abertas podem e devem mitigar os riscos de pessoas. Não seria uma
forma de evitar casos como Panamericano, Agrenco, Sadia e tantos outros que
ouvimos falar nos últimos anos?”, completa.
Como atuar
preventivamente
1.Mapear o perfil comportamental de todos os profissionais selecionados (e não
somente, comportamentos observáveis, mas também os fatores estruturantes da
personalidade);
2.Ter seus sistemas de controle aperfeiçoados para não ter dependência humana no
que tange os indicadores gerenciais, principalmente;
3.Ter processos integrados que assegurem entradas, processamentos e saídas que
possam ser controladas.
4.Desenvolver a cultura de ética e integridade nas organizações com plano de
consequências;
5.Valorizar os resultados a médio e longo prazo;
6.Rever o sistema de bônus executivo, vinculando seu ganho aos resultados de
longo prazo;
7.Desenvolver políticas de RH que sejam permeadas pela visão de gerenciamento de
riscos.
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