Em janeiro, vem
ao Brasil um dos maiores divulgadores da técnica ART. Jo Frencken vai
participar do 32º CIOSP
Apesar de a cárie ter
sido quase banida dos países industrializados, ainda é um dos maiores problemas
de saúde pública em várias partes do mundo. Muitas vezes, as pessoas sabem que
têm cáries, mas vão adiando o tratamento até que a única solução viável seja a
extração do dente. Desconhecem, muito provavelmente, que a perda de um dente
faz a força da mordida diminuir em 30%, comprometendo a mastigação e, por
consequência, a alimentação e a saúde do indivíduo. O ‘tratamento restaurador
atraumático’ (ART), foi desenvolvido para atender a esse perfil populacional
comum em países em desenvolvimento. Trata-se de uma técnica que envolve
prevenção e tratamento de cáries com instrumentos manuais, dispensando o temido
‘motorzinho’ e manobras sofisticadas.
De acordo com o
professor holandês Jo Frencken, membro do Comitê Mundial de Desenvolvimento
Dental e Promoção da Saúde, o objetivo é adotar uma abordagem amigável, que
não provoque medo de nenhuma natureza no paciente nem ansiedade. Sendo assim,
as lesões de cárie são tratadas sem uso de anestesia e sem dor. “O tratamento
restaurador atraumático é um conceito baseado em cuidados preventivos (selantes
ART) e restauradores (restauração ART). Por não depender de equipamento
rotatório, pode ser aplicado nos serviços públicos e particulares, e em
situações estratégicas. O ART tem potencial para aumentar o acesso de muitas
pessoas que estão atualmente desassistidas aos serviços odontológicos.”
Nesse contexto, há que
se destacar a importância do ‘ionômero de vidro’. Trata-se de um material
fundamental para o sucesso do ART, já que adere ao dente de tal forma que reduz
bastante o som emitido pelos procedimentos realizados pelo cirurgião-dentista.
Além disso, como é biocompatível e continua liberando flúor com o passar do
tempo, tem ação preventiva. Em resumo, a técnica consiste na remoção da cárie
através de instrumentos manuais e na restauração da cavidade com uso do cimento
de ionômero de vidro, além do selamento de fissuras que impede a progressão da
lesão.
Frencken afirma que
essa técnica – que faz parte da Odontologia Minimamente Invasiva – é
especialmente indicada nos casos de pequenas lesões de cárie e naquelas em que
as mãos do cirurgião-dentista têm livre acesso para realizar o tratamento.
Crianças, idosos, pacientes com histórico de trauma ou mesmo pessoas com
necessidades especiais podem se beneficiar muito dessa abordagem
diferenciada. Por outro lado, a técnica é desaconselhada quando há
abcesso próximo ao dente cariado, quando a polpa do dente está exposta, ou,
ainda, quando a cavidade cariada não é acessível aos instrumentos manuais.
No ano que vem, durante
a realização do 32°
CIOSP (Congresso Internacional de Odontologia de São
Paulo), promovido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas entre
30 de janeiro e 2 de fevereiro, Jo Frencken estará no Brasil para falar mais
sobre a importância da abordagem do tratamento restaurador atraumático e sobre
sua experiência em diversos países em desenvolvimento. Afinal, a técnica ART
também é um bom recurso para ser melhor explorado entre pessoas em risco
social, populações rurais, e em grupos sem acesso a tratamentos sofisticados.
Mais informações:
Sobre Jo Frencken – http://archive.fdiworldental.org/c/document_library/get_file?uuid=5db2fcc5-50d8-43ea-9491-997905cf3d77&groupId=10157
Sobre a técnica ART (Atraumatic
Restorative Treatment) – http://www.nature.com/bdj/journal/v214/n1/abs/sj.bdj.2012.1175.html
Sobre o 32º CIOSP – www.ciosp.com.br
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