Por Vinicius Pessin*
Open
Source ou SaaS? Essa é uma pergunta que tenho escutado muito nos últimos anos.
Contudo, para um gestor ou proprietário de e-commerce obter a resposta
obrigatoriamente serão necessárias mais perguntas.
Qual
o orçamento para implementação da plataforma? A empresa tem desenvolvedores
internos ou terceirizados? O negócio pede um nível alto de customização?
Se
o sua Loja Virtual não requer nenhum tipo de customização e seu orçamento é
pequeno, a solução mais recomendada é o SaaS (Software as a Service). Contudo,
é preciso ter bastante claro que as funcionalidades serão padronizadas (e às
vezes limitadas) na solução de SaaS escolhida. Também será preciso submeter-se
ao roadmap do
fornecedor de SaaS. Ou seja, novas funcionalidades serão liberadas para todos
os usuários da plataforma ao mesmo tempo.
Já
para um projeto de e-commerce com alto nível de customização e necessidade de
múltiplas integrações com o ecossistema de comércio eletrônico, o mais
recomendado é uma solução onde você é proprietário do código fonte.
Com
o open source,
além do controle absoluto do roadmap,
você conquista a portabilidade da plataforma de e-commerce. Ou seja, não fica
refém de uma plataforma de e-commerce “alugada”. Essa liberdade aumenta quando
a opção de Plataforma open
source tem arquitetura de software
modular. Assim, é possível desenvolver partes da plataforma, consideradas
estratégicas, e terceirizar outras partes do desenvolvimento que são menos
importantes. Contudo, para usufruir plenamente desta liberdade é importante
possuir algum recurso interno de desenvolvimento. Pode ser que 100% de seu
desenvolvimento seja terceirizado, mas um recurso interno (que até pode ser
terceirizado também) irá proporcionar velocidade em pequenas tarefas que
fazem diferença no resultado final.
Outro
ganho pela opção de código aberto é desfrutar de extensões e módulos
desenvolvidos por comunidades de desenvolvedores. Nenhuma empresa com código
próprio e fechado consegue acompanhar a velocidade de desenvolvimento de
milhares de desenvolvedores espalhados pelo mundo. Claro que em ambiente open source é preciso
“separar o joio do trigo”. Há excelentes módulos com custos baixíssimos, mas
que nem sempre funcionam ou podem trazer problemas de performance à sua loja.
Por isso, é sempre importante ter apoio de especialistas na escolha e
implementação de uma plataforma de e-commerce baseada em código aberto. Neste
ponto, é preciso muito cuidado. O código é aberto (grátis), mas requer
investimento em implementação, integrações e customizações. Se optar por
desenvolver seu e-commerce internamente, partindo de um open source, terá se
separar parte do orçamento para contratação e treinamento da equipe técnica.
Uma
vantagem da opção pelo SaaS
é que não há preocupação com infraestrutura de data center e atualizações de
software. O modelo SaaS já inclui a hospedagem do e-commerce e deve garantir
uma SLA (Service Level
Agreement), além do provedor de SaaS
ser o responsável pelas atualizações do sistema. Contudo, quanto maior o
e-commerce, maior a necessidade da estrutura de hosting de alta disponibilidade
e principalmente escalabilidade, capaz de suportar grandes picos e
sazonalidades do varejo.
Acredito
que o SaaS pode ser uma excelente forma de ingresso no e-commerce com
velocidade e baixo investimento. Contudo, quanto mais a operação de comércio
eletrônico cresce em complexidade e tem necessidade de se diferenciar dos seus
concorrentes, mais o open
source se torna a melhor alternativa.
*Vinicius Pessin é CEO da e-Smart, empresa provedora de soluções para
e-commerce que reúne as melhores experiências de usabilidade, intuitividade e
design.
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