A
cada ano, 12 mil pessoas perdem a vida em acidentes de moto. Em 2014,
de acordo com o Ministério da Saúde, 20 mil motociclistas paulistas
foram parar em salas de cirurgia depois de se envolver em quedas ou
acidentes. Por mais que as políticas de trânsito enrijeçam, não é fácil
controlar quase 25 milhões de motos circulando no Brasil. Sendo assim, é
grande a responsabilidade das equipes que fazem o primeiro socorro e os
exames iniciais.
“Em
muitos casos, o atendimento realizado logo após o acidente, com a
imobilização adequada para o transporte hospitalar, pode determinar as
chances do paciente. Com exceção de acidentes realmente sem gravidade,
na maior parte dos casos é fundamental que o acidentado passe por uma
bateria de exames radiológicos para pesquisar fraturas e lesões
relacionadas a traumas de alto impacto. Essa bateria de exames é chamada
de poli-x”, diz Edson Sato, médico radiologista do CDB Medicina Diagnóstica, em São Paulo.
Sato afirma que o poli-x só tem início quando o quadro da vítima estiver estabilizado, já no ambiente clínico. “Trata-se
de uma bateria de radiografias com o propósito de assegurar que nenhuma
fratura passe despercebida, já que elas podem estar relacionadas a
quadros de hemorragias secundárias, embolias gordurosas, pneumotórax,
ou, eventualmente, a lesões medulares no caso de fraturas instáveis da
coluna”.
Segundo
o especialista, o poli-x reúne radiografias do crânio e da coluna
vertebral, do tórax e da bacia, bem como de algum outro membro em que
recaiam suspeitas de fraturas. “Se alguma dessas radiografias evidenciar
fratura, a pesquisa deverá continuar através de uma tomografia
computadorizada. Mesmo que o paciente tenha recebido alta hospitalar sem
evidências de problemas mais graves, ele deve voltar a procurar um
médico e fazer novos exames se sentir que as dores voltaram a se agravar
ou se apresentar outros sintomas mais relevantes”.
Caso
haja suspeita de hemorragia interna, Edson Sato diz que deverá ser
realizado um estudo ultrassonográfico para pesquisa de hemorragia na
membrana que reveste o coração (pericárdio), bem como na região do
abdome e pélvis. “Estudos tomográficos também poderão ser necessários
para uma avaliação mais detalhada ou ainda em caso de trauma
crânio-encefálico”.
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