Recordista
mundial de produção anual de energia elétrica, usina atinge este ano
produção um terço superior à prevista no projeto original.
A Itaipu Binacional é a primeira hidrelétrica do mundo a gerar, em
menos de um ano, 100 milhões de megawatts-hora (MWh). A marca foi
alcançada nesta terça-feira (20), às 23h16m (Horário Brasileiro de
Verão), 11 dias antes de fechar 2016. O volume de energia gerada de
janeiro até agora é 33% superior ao previsto no Tratado de Itaipu, que
estabeleceu como produção garantida 75 milhões de MWh anuais.
Cerca de 50 empregados, entre brasileiros e paraguaios, a maioria da
área técnica, acompanharam a contagem regressiva para os 100 milhões de
MWh, no terraço do Edifício da Produção, na párea industrial de Itaipu.
Os diretores-gerais do Brasil, Jorge Samek, e do Paraguai, James
Spalding; o diretor técnico-executivo, José María Sanches, e o diretor
técnico, Airton Dipp; dividiram a marca histórica com todo o corpo
funcional da empresa e fizeram questão de cumprimentar os operadores em
tempo real, que, naquele momento, trabalhavam em regime de plantão na
Sala de Controle Central e na Sala de Despacho de Carga.
A meta inédita de 100 milhões de MWh foi colocada como um desafio no
final de 2012, ano em que Itaipu chegou a 98.287.128 de MWh. Quatro anos
depois, a meta não só foi alcançada como poderá ser superada em mais de
2,5 milhões de MWh até fechar o ano, levando-se em conta a média de
produção diária registrada em dezembro.
Os 100 milhões de MWh produzidos até esta terça-feira pela usina de
Itaipu seriam suficientes para atender o mercado brasileiro de
eletricidade por um período de dois meses e 16 dias; o Paraguai, por sua
vez, se pudesse armazenar toda essa energia, poderia abastecer seu
mercado durante sete anos e 17 dias.
Desde janeiro a Itaipu vem batendo sucessivos recordes. No sábado
(17), voltou a ser a maior produtora anual de energia elétrica do mundo,
superando a usina chinesa de Três Gargantas, que produziu, em 2014,
98,8 milhões de MWh. Este título de Itaipu se soma ao de maior usina em
produção acumulada, com mais de 2,4 bilhões de MWh desde que entrou em
operação, em 1984.
No auge
Depois de 32 anos e sete meses de sua entrada em operação, Itaipu
vive atualmente o auge da produção e produtividade, com o máximo de
aproveitamento dos recursos hídricos. Este ano, a produção de Itaipu foi
suficiente para atender nada menos que 18% de todo o mercado brasileiro
de eletricidade e 82% do mercado paraguaio.
“O aumento de geração de Itaipu – e também da maioria das
hidrelétricas brasileiras, beneficiadas pela regularização das chuvas no
País, este ano – contribui para diminuir os gastos do consumidor
brasileiro com a eletricidade”, diz o diretor-geral brasileiro de
Itaipu, Jorge Samek. Segundo ele, "esse é um dos principais impactos
positivos gerados pelo crescimento da hidroeletricidade este ano no
País. Itaipu tem uma grande participação no impulso dessa matriz".
De abril até outubro, o sistema de bandeiras tarifárias adotado nas
contas de luz pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) passou
para a cor verde, o que na prática significa que deixaram de ser
cobradas as taxas extras previstas nas bandeiras amarela e vermelha.
Agora, em dezembro, o governo voltou a sinalizar que a bandeira verde
vai vigorar durante todo o verão.
Participação de Itaipu
A produção das usinas hidrelétricas, entre janeiro e novembro de
2016, foi 7,3% superior à do mesmo período do ano passado, segundo o
Operador Nacional do Sistema. Itaipu participa com 22% de toda a energia
hidrelétrica do Sistema Interligado Nacional (o índice é de 18% quando
são consideradas também as outras matrizes elétricas – biomassa, eólica,
fóssil, hídrica, nuclear e solar).
Só nos primeiros 11 meses do ano, Itaipu produziu 94,2 milhões de MWh
e despachou ao Brasil 83,4 milhões de MWh (a diferença foi a energia
enviada para o Paraguai). O aumento da produção em relação ao mesmo
período do ano passado foi de 15%.
Potência do Brasil
O parque gerador de eletricidade, no Brasil, dispõe de 4.620
empreendimentos em operação, incluindo todas as fontes, renováveis ou
não. Juntos, eles somam a potência instalada de 149.730 MW. Só o lado
brasileiro de Itaipu (metade da usina pertence ao Paraguai), de 7 mil MW
de potência instalada, representa quase 5% de todo o parque gerador
brasileiro.
Mais da metade da potência instalada do parque gerador brasileiro –
ou, mais precisamente, 61% – vem das usinas hidrelétricas, as UHEs. A
maior parte da energia consumida pelo País ainda é garantida por elas.
Somada, a potência instalada das 218 hidrelétricas brasileiras – entre
elas, a Itaipu – chega a 91.459 MW. Os 7 mil MW das unidades geradoras
do lado brasileiro da binacional correspondem a 7,6% do total da
potência instalada deste grupo.
Diplomacia
No dia 17 de maio de 1974 era constituída a empresa binacional
Itaipu, para gerenciar a obra e, futuramente, administrar o
empreendimento hidrelétrico. Começaria ali a saga da construção de um
megaempreendimento, que mobilizou milhares de pessoas e bilhões de
dólares e transformou parte do Oeste paranaense e todo o Paraguai.
Resultado de intensas negociações diplomáticas, Itaipu é também uma
grande obra de engenharia política, financeira e jurídica, mesmo antes
de os projetos começarem a sair do papel.
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