sexta-feira, 29 de agosto de 2025

A Nova Geração do Rock em Destaque: Quem São e O Que Propõem

O rock continua vivo — não só em seus sucessores clássicos, mas especialmente nas vozes emergentes que trazem novas perspectivas e sonoridades ao gênero. No Brasil e no cenário internacional, jovens cantores e bandas vêm se destacando por sua autenticidade, atitude e capacidade de inovar.

No Brasil: Diversidade e Expressividade em Ascensão

Segundo uma seleção do Musicult, várias bandas e artistas brasileiros vêm se consolidando como referências promissoras na cena rock nacional de 2025:

  • Gradual (Maringá–PR): mistura emo, hardcore melódico e lo-fi alternativo. Seu EP Sobre Todos os Atrasos, lançado em 2024, foi gravado integralmente em casa, proporcionando um som cru e íntimo.

  • Pedro Rui Von: multi-instrumentista e ex-vocalista do duo Devonts, começou carreira solo em 2022 com influências de MGMT e Phoenix. Seu single “Tropical Rain” revela bom humor e ironia em meio a angústias existenciais.

  • nadacontece (Santos–SP): trio formado em 2024, com fusão de emo, shoegaze e post-rock. Seu single “Personagem” trata de reinvenção pessoal em tempos de caos.

  • Angullaris (SP): banda de intenso peso sonoro, que alia letras profundas e estética hardcore com texturas modernas. O single “Tithonus” marcou sua estreia.

  • Wina: cantora e DJ com trajetória de 10 anos, se destaca pela fusão de metal moderno, eletrônico e uma forte presença feminista — impulsionada por sua fase no The Voice Brasil e o projeto Overplugged.

  • Paira (Belo Horizonte): duo que mescla guitarras agressivas e etéreas com batidas que transitam entre indie rock, drum & bass e breakcore eletrizante.

  • Vale Cinza (Nova Friburgo): pós-punk/darkwave, emerge com atmosfera melancólica e estética sóbria, cheia de mistério e densidade emocional.

Outros destaques vêm tomando palco em festivais e circuitos independentes:

  • Maré Tardia (Vila Velha–ES): surf punk alternativo com singles em destaque no Spotify Indie Brasil; lançou o álbum Sem Diversão pra Mim em abril de 2025 e está confirmado no Goiânia Noise Festival.

  • Jovens Ateus (Maringá–PR): pós-punk com EP lançado em 2023 e álbum Vol. 1 em abril de 2025. Foram destaque na lista dos 50 melhores discos brasileiros do 1º semestre pela APCA e atuarão no Goiânia Noise Festival.

  • Malvada: banda 100% feminina, formada em 2020. Já participou de importantes festivais como Rock in Rio e foi indicada ao projeto Future of Music, da Rolling Stone Brasil.

  • The Mönic (SP): ativíssimos desde 2018, com presença em Rock in Rio e Knotfest 2024. Em 2025, abriram shows para Garbage e L7, e foram destaque da APCA em 2023.

No Exterior: Inovação e Reconhecimento Global

Alguns exemplos relevantes do rock emergente internacional:

  • HotWax (Reino Unido): trio alt-rock/post-punk de Hastings, lançou seu álbum de estreia Hot Shock em março de 2025.

  • The Paradox (EUA): banda pop-punk formada em 2024 que rapidamente viralizou nas redes sociais com “Do Me Like That”. Foram abertura para o Green Day na Saviors Tour e tocaram no When We Were Young Festival.

  • Fender Next 2025: programa de fomento que destacou artistas emergentes globais como Horsegirl (Chicago), Lambrini Girls (Reino Unido), Man/Woman/Chainsaw (UK), Flawed Mangoes (EUA), além de representantes do Japão, China, México e Nova Zelândia.

  • Cena digital "indie" emergente: nomes como ayowitty e bunii dirigem uma cena musical experimental que mistura emo, alt-rock e rap, criando uma estética emocionalmente crua e digitalmente impulsionada.

Panorama Geral

Esses artistas representam muito mais do que tendências passageiras: eles incorporam uma nova forma de pensar o rock — íntima, híbrida, digital e autêntica. No Brasil, há uma pluralidade impressionante de estilos — de surf punk e pós-punk a eletro-rock e metal feminista. Internacionalmente, a inovação vem tanto do estímulo institucional (como o Fender Next) quanto da criação orgânica nas plataformas online.

O que chama atenção é a resistência do rock e sua capacidade de se reinventar: enquanto alguns percorrem o caminho da intensidade e do peso, outros transitam por atmosferas introspectivas, ritmos eletrônicos ou formatos híbridos.

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