Estudo de remuneração da Page Executive mostra que,
independente do porte, as companhias tem investido neste benefício para reter
seus executivos
Mesmo com o
desempenho fraco da economia em 2012, a demanda por executivos seniores no
mercado brasileiro continua aquecida e, desta forma, a retenção de
profissionais tem se tornado um tema crítico para as áreas de Recursos Humanos
das empresas.
Na pesquisa de remuneração 2012/2013 da Page Executive, este fato ficou
evidenciado devido ao incremento de 50% na inserção dos ILP - Incentivos de
Longo Prazo - na composição dos pacotes de remuneração dos executivos, sendo
uma realidade para 63% dos profissionais entrevistados em 2013, contra 40% em
2012.
“Os planos de opções de ações surgiram para que executivos pensem no
futuro da empresa, não só nos resultados imediatos. Este bônus é uma forma de
compensação aos executivos que se comprometerem a manter-se na empresa por um
determinado período de tempo, mesmo com a expectativa de diminuição na
remuneração variável. O Incentivo de Longo Prazo é mais aplicado, em média,
entre as empresas nacionais e multinacionais.” declara Alexander Zuvela, diretor
da Page Executive.
A
Page Executive é a unidade de negócio dedicada ao recrutamento para alta
direção do PageGroup, que ainda conta com a Michael Page para recrutamento de
posições para alta e media gerencia e a Page Personnel, dedicada aos
profissionais de suporte a gestão.
CEOs
de empresas nacionais em alta
Outro
ponto de destaque sobre a transformação das políticas de remuneração para os
altos executivos indica que as empresas nacionais não apenas se aproximarem da
remuneração praticada pelas multinacionais como, em muitos casos, acabam
oferecendo condições ainda melhores.
A
pesquisa contou com a participação de aproximadamente 700 executivos do alto
escalão de 600 companhias instaladas no país, sendo 48% de empresas nacionais,
e 52% de empresas de origem estrangeira.
Enquanto
o pacote de remuneração salário anual do presidente de uma companhia
estrangeira com receitas anuais de até R$ 100 milhões, chega a R$ 648,000 o de
uma empresa brasileira atinge R$ 798,000, diferença de 23,15%. Essa diferença
também é significativa nas empresas de grande porte com faturamento entre R$ 1
bilhão e R$ 2 bilhões, onde, nas corporações nacionais, os CEOs recebem em
média R$ 1.560,000 e nas multinacionais R$ 1.430,000, diferença de 9,09%.
Para
Zuvela, os executivos de empresas nacionais recebem salários fixos mais altos
porque, geralmente, têm mais autonomia de decisão em relação a seus pares de
empresas estrangeiras e, consequentemente, maior impacto nos resultados da
companhia.
Para
Diretores Financeiros (CFO) de empresas do mesmo patamar de faturamento
(inferior a R$ 100 milhões), a faixa salarial dos executivos das empresas
multinacionais se mostrou 3.5% acima da aplicada aos de empresas nacionais. Por
outro lado, nas companhias de médio e grande porte, faturamento entre R$ 1
bilhão a R$ 2 bilhões, os CFOs tem melhor remuneração nas empresas nacionais,
com um pacote de remuneração 9% superior.
As
médias salariais anuais aplicadas aos Diretores Comerciais e Diretores de
Marketing (CCO / CMO) é bem equilibrada entre as empresas de diferentes
faturamentos, sejam elas nacionais ou multinacionais (R$ 649.500,00 e R$
652.000,00 de remuneração anual, respectivamente).
Para
os Diretores de Recursos Humanos (CHRO), a faixa salarial aplicada em empresas
nacionais de maior porte, faturamento entre R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões, se
mostrou 17% maior do que a faixa aplicada aos profissionais de empresas
multinacionais com o mesmo faturamento.
Pontos de destaque na comparação
com a pesquisa anterior
Salário Base: o salário base obteve uma
variação alinhada com as expectativas de inflação do mercado, para todos os
setores. Em nenhum dos cargos analisados houve incrementos significativos neste
item.
Incentivos de Curto
Prazo: apresenta-se uma tendência de manutenção ou redução nesta parcela da
remuneração dos executivos, quando é traçada uma comparação com os dados do
estudo realizado em 2012. “Este fato se deve ao fraco desempenho da
economia quando comparado ao ano anterior e, consequente, diminuição nos
resultados das empresas”, explica Zuvela.
ILP (incentivo de longo prazo): dos
componentes do pacote de remuneração, este foi o que mais se destacou em
comparação com o ano passado devido a um cenário ainda aquecido na demanda por
executivos, aliado à redução dos bônus de curto prazo em razão dos resultados
das empresas em 2012. “Verificamos que muitas empresas implementaram
novos programas ou estenderam este benefício a um número maior de executivos”,
diz.
Aumento na
contratação de diretores estatutários: os resultados da pesquisa demonstram
uma tendência de aumento na contratação de executivos nas empresas nacionais
para cargos estatutários. “Isso evidencia uma preocupação com a
governança corporativa aplicada nestas organizações”, observa.
Seguro
D&O para executivos: foi verificado um aumento na quantidade de
executivos com responsabilidade estatutária com seguros de responsabilidade
civil e criminal (D&O), quando comparados com as informações da pesquisa de
2012. 55% dos executivos entrevistados que tem responsabilidade estatutária,
afirmam possuir o seguro “D&O”. “Isto demonstra uma preocupação crescente
do mercado com o envolvimento dos seus executivos com a operação e com a
responsabilidade dos mesmos à frente da organização”, explica Zuvela.
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