Juros cada vez mais
altos e, consequentemente, crédito cada vez mais caro, limitaram
o endividamento em novembro e levaram à queda
da inadimplência do consumidor
O
volume de consumidores inadimplentes no país caiu 3,22% no mês
de novembro, em relação ao mesmo período do ano passado. O dado é do indicador
mensal calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e divulgado
pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O índice leva em
consideração mais de 150 milhões de consumidores cadastrados em 1,2 milhão de
pontos de vendas espalhados por todo o Brasil.
A retração de 3,22% é a maior já registrada na série histórica do SPC Brasil, que contabiliza inclusões de CPFs de consumidores inadimplentes desde janeiro de 2012. Os economistas do SPC explicam que a inadimplência em 2013 veio em forte ascensão até março deste ano, mas a tendência se inverteu a partir de abril, quando o Banco Central passou a aumentar sucessivamente a taxa básica de juros, a Selic, o que encareceu a tomada de crédito no país. “Com os juros mais altos, os bancos se tornaram mais criteriosos para conceder empréstimos. Este cenário resultou na desaceleração acentuada da inadimplência no segundo semestre do ano, chegando a este vale de -3,22% em novembro”, explica Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.
Além disso, para o SPC Brasil, a queda expressiva da inadimplência em novembro pode ser explicada pela base de comparação elevada em novembro do ano passado, quando o volume de consumidores inadimplentes crescia à taxa de 12,81% em relação a 2011.
Já na comparação com outubro deste ano, o número de registros de inadimplentes no banco de dados do SPC aumentou 0,75%. Para os economistas da entidade, a alta em relação a outubro foi inesperada, principalmente porque novembro é historicamente um mês em que os consumidores assalariados aproveitam o recebimento da primeira parcela do 13º salário para quitar dívidas em atraso e, dessa forma, poderem voltar a consumir a prazo no Natal. No entanto, isso não foi o que ocorreu. De acordo com a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, observa-se que alguns consumidores estão demonstrando dificuldades para quitar as próprias dívidas. “Ainda classificamos este fato como pontual. É necessário esperar mais alguns meses para verificar se esse evento se trata de uma tendência”, afirma.
No acumulado do ano — de janeiro a novembro de 2013, frente ao mesmo período em 2012 — a inadimplência registra crescimento de +2,94%. A projeção dos especialistas do SPC Brasil é de que os calotes no comércio desacelerem por causa da proximidade das festas de fim de ano e encerre 2013 em torno de 2%.
Vendas a prazo
Mesmo com o crédito mais caro, as consultas ao banco de dados do SPC, que refletem o nível de atividade no varejo para as compras parceladas, apresentaram crescimento e fecharam o mês de novembro com alta de 2,60%, em relação ao mesmo mês do ano passado.
Na avaliação do SPC Brasil, o crescimento é classificado como moderado, visto que em novembro de 2012, há um ano, as vendas a prazo no banco de consultas do SPC cresciam à taxa de 8,26% em relação a 2011. Este cenário de desaceleração das vendas a prazo em 2013 reflete principalmente os efeitos do encarecimento dos juros e os da inflação de alimentos. É tanto que, de acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros praticada em operações de crédito para Pessoa Física subiu pela quinta vez seguida em outubro, para 2,74% ao mês, sendo que em outubro de 2012 essa taxa era de 2,53% ao mês.
Na comparação com outubro deste ano, as vendas a prazo apresentaram queda de 3,62%. Os economistas do SPC Brasil avaliam que as vendas no mês de novembro são tradicionalmente mais fracas do que as de outubro por conta do Dia das Crianças, que contribui para o aquecimento da demanda interna. Além disso, é preciso ponderar o chamado “efeito calendário”: novembro teve um dia útil a menos do que outubro, o que desfavorece as vendas a prazo.
No acumulado do ano — de janeiro a novembro de 2013, frente ao mesmo período em 2012 — as vendas registram crescimento de +4,23%, resultado bem próximo da projeção do SPC Brasil e da CNDL, que esperam que o varejo cresça 4,5% em 2013. No entanto, para as duas entidades, o balanço final das vendas deste ano tende a ser bem menor do que o verificado no ano passado, quando o crescimento acumulado registrado pelo SPC Brasil foi de 6,75%.
O presidente da CNDL explica que em 2013, o crescimento das vendas a prazo começou em um ritmo forte, mas desacelerou ao longo do ano, sobretudo no segundo semestre, influenciadas pela alta dos juros e pelo menor índice de confiança do consumidor. “O varejo nacional não conta mais com os mesmos fatores macroeconômicos que ajudaram a aquecer o setor nos anos anteriores, como os altos índices de crescimento da empregabilidade, a expansão da renda real e a larga oferta de crédito barato”, afirma Pellizzaro Junior.
Recuperação de crédito
Já a regularização de pendências, que refletem as exclusões dos registros de inadimplência no banco de dados do SPC Brasil, caiu 2,68% em relação a novembro de 2012. Para o SPC Brasil, como a inadimplência em novembro caiu significativamente em relação ao ano passado (-3,22%), cai também o número de consumidores que buscam a regularização. “A retração da recuperação de crédito pode ser explicada por uma questão proporcionalidade. Em novembro deste ano verificamos uma diminuição na queda da inadimplência em relação a novembro do ano passado. Ou seja, como há menos títulos em atraso, é natural que tenhamos menos pessoas procurando regularizar as dívidas, o que consequentemente diminui a recuperação de crédito”, explica Luiza Rodrigues.
No acumulado do ano — de janeiro a novembro de 2013, frente ao mesmo período do ano passado — a recuperação de crédito avança em 1,94%. O SPC espera que a regularização de pendências chegue a 1,5% em relação a 2012, em função do elevado número de cancelamentos verificados no fim do ano.
A retração de 3,22% é a maior já registrada na série histórica do SPC Brasil, que contabiliza inclusões de CPFs de consumidores inadimplentes desde janeiro de 2012. Os economistas do SPC explicam que a inadimplência em 2013 veio em forte ascensão até março deste ano, mas a tendência se inverteu a partir de abril, quando o Banco Central passou a aumentar sucessivamente a taxa básica de juros, a Selic, o que encareceu a tomada de crédito no país. “Com os juros mais altos, os bancos se tornaram mais criteriosos para conceder empréstimos. Este cenário resultou na desaceleração acentuada da inadimplência no segundo semestre do ano, chegando a este vale de -3,22% em novembro”, explica Roque Pellizzaro Junior, presidente da CNDL.
Além disso, para o SPC Brasil, a queda expressiva da inadimplência em novembro pode ser explicada pela base de comparação elevada em novembro do ano passado, quando o volume de consumidores inadimplentes crescia à taxa de 12,81% em relação a 2011.
Já na comparação com outubro deste ano, o número de registros de inadimplentes no banco de dados do SPC aumentou 0,75%. Para os economistas da entidade, a alta em relação a outubro foi inesperada, principalmente porque novembro é historicamente um mês em que os consumidores assalariados aproveitam o recebimento da primeira parcela do 13º salário para quitar dívidas em atraso e, dessa forma, poderem voltar a consumir a prazo no Natal. No entanto, isso não foi o que ocorreu. De acordo com a economista do SPC Brasil, Luiza Rodrigues, observa-se que alguns consumidores estão demonstrando dificuldades para quitar as próprias dívidas. “Ainda classificamos este fato como pontual. É necessário esperar mais alguns meses para verificar se esse evento se trata de uma tendência”, afirma.
No acumulado do ano — de janeiro a novembro de 2013, frente ao mesmo período em 2012 — a inadimplência registra crescimento de +2,94%. A projeção dos especialistas do SPC Brasil é de que os calotes no comércio desacelerem por causa da proximidade das festas de fim de ano e encerre 2013 em torno de 2%.
Vendas a prazo
Mesmo com o crédito mais caro, as consultas ao banco de dados do SPC, que refletem o nível de atividade no varejo para as compras parceladas, apresentaram crescimento e fecharam o mês de novembro com alta de 2,60%, em relação ao mesmo mês do ano passado.
Na avaliação do SPC Brasil, o crescimento é classificado como moderado, visto que em novembro de 2012, há um ano, as vendas a prazo no banco de consultas do SPC cresciam à taxa de 8,26% em relação a 2011. Este cenário de desaceleração das vendas a prazo em 2013 reflete principalmente os efeitos do encarecimento dos juros e os da inflação de alimentos. É tanto que, de acordo com dados do Banco Central, a taxa média de juros praticada em operações de crédito para Pessoa Física subiu pela quinta vez seguida em outubro, para 2,74% ao mês, sendo que em outubro de 2012 essa taxa era de 2,53% ao mês.
Na comparação com outubro deste ano, as vendas a prazo apresentaram queda de 3,62%. Os economistas do SPC Brasil avaliam que as vendas no mês de novembro são tradicionalmente mais fracas do que as de outubro por conta do Dia das Crianças, que contribui para o aquecimento da demanda interna. Além disso, é preciso ponderar o chamado “efeito calendário”: novembro teve um dia útil a menos do que outubro, o que desfavorece as vendas a prazo.
No acumulado do ano — de janeiro a novembro de 2013, frente ao mesmo período em 2012 — as vendas registram crescimento de +4,23%, resultado bem próximo da projeção do SPC Brasil e da CNDL, que esperam que o varejo cresça 4,5% em 2013. No entanto, para as duas entidades, o balanço final das vendas deste ano tende a ser bem menor do que o verificado no ano passado, quando o crescimento acumulado registrado pelo SPC Brasil foi de 6,75%.
O presidente da CNDL explica que em 2013, o crescimento das vendas a prazo começou em um ritmo forte, mas desacelerou ao longo do ano, sobretudo no segundo semestre, influenciadas pela alta dos juros e pelo menor índice de confiança do consumidor. “O varejo nacional não conta mais com os mesmos fatores macroeconômicos que ajudaram a aquecer o setor nos anos anteriores, como os altos índices de crescimento da empregabilidade, a expansão da renda real e a larga oferta de crédito barato”, afirma Pellizzaro Junior.
Recuperação de crédito
Já a regularização de pendências, que refletem as exclusões dos registros de inadimplência no banco de dados do SPC Brasil, caiu 2,68% em relação a novembro de 2012. Para o SPC Brasil, como a inadimplência em novembro caiu significativamente em relação ao ano passado (-3,22%), cai também o número de consumidores que buscam a regularização. “A retração da recuperação de crédito pode ser explicada por uma questão proporcionalidade. Em novembro deste ano verificamos uma diminuição na queda da inadimplência em relação a novembro do ano passado. Ou seja, como há menos títulos em atraso, é natural que tenhamos menos pessoas procurando regularizar as dívidas, o que consequentemente diminui a recuperação de crédito”, explica Luiza Rodrigues.
No acumulado do ano — de janeiro a novembro de 2013, frente ao mesmo período do ano passado — a recuperação de crédito avança em 1,94%. O SPC espera que a regularização de pendências chegue a 1,5% em relação a 2012, em função do elevado número de cancelamentos verificados no fim do ano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário