No
Brasil, 12 milhões de pessoas sofrem de diabetes. A doença oferece um
risco alto de perda de visão – embora haja prevenção através de
tratamentos regulares. O problema é que muitos pacientes simplesmente se
esquecem de fazer um acompanhamento oftalmológico. Como a retinopatia
diabética costuma atingir três em cada dez portadores da doença, pode
levar à perda total da visão se não for tratada a tempo.
De acordo com Renato Neves, oftalmologista e diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos,
em São Paulo, o paciente diabético deve dilatar a pupila todos os anos e
se submeter a um exame ocular bastante minucioso. Quando esse cuidado é
levado à risca, costuma prevenir 95% da perda de visão relacionada ao
diabetes.
“Assim
que a pessoa se torna diabética, pode apresentar problemas de visão a
qualquer momento. Daí a importância de um acompanhamento oftalmológico
frequente. Como o comprometimento da retina pode ser assintomático, sem
alterações na qualidade da visão, o exame de fundo de olho é fundamental
para detectar pontos e vasos sanguíneos propensos a romper e
desencadear hemorragia”, diz Neves.
Embora
estudos realizados nos últimos anos apontem para o sucesso das injeções
intravítreas de antiangiogênicos em pacientes com retinopatia
diabética, o médico alerta que em casos raros pode haver complicações,
como descolamento da retina, formação de catarata e aumento ou redução
da pressão intraocular. “O principal papel dos antiangiogênicos é a
interrupção da perda de visão. Embora seja difícil recuperar a visão
perdida, as injeções intravítreas impedem a progressão da doença,
evitando que a pessoa acabe ficando cega. Com anestesia local e pupilas
dilatadas, a injeção é aplicada diretamente no vítreo, camada gelatinosa
localizada entre a retina e o cristalino”.
O
tratamento com injeções de antiangiogênicos precisa ser repetido em
intervalos regulares para atingir resultados duradouros. “O paciente
deve usar colírios antibióticos durante cerca de trinta dias. Ensaios
clínicos demonstram melhora em até 34% da visão central e estabilização
da visão em 90% dos casos. Por isso, vem sendo considerado um método
altamente eficaz”, diz o especialista.
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