Indicadores do Grande ABC são, mesmo assim, melhores que os de São Paulo e do Brasil
A recuperação lenta e
pouco convincente da economia brasileira mexeu mais uma vez com o humor
do empresariado e levou para baixo o ICEI (Indicador de Confiança da
Indústria) no ABC paulista. O ICEI da região, que reúne sete cidades,
voltou para 52 pontos em julho deste ano, semelhante
aos 52,9 de julho de 2017, depois de ter saltado para 65,6 em janeiro.
A
escala vai de 0 a 100 pontos. Entre 50 e 100 a avaliação oscila entre
cenários otimistas, nível 50 indica indiferença-neutralidade e abaixo
disso as reações demonstram pessimismo, conforme levantamento da
CNI-Fiesp (Confederação Nacional da Indústria-Federação
das Indústrias de São Paulo). O recorte do ABC é realizado pela
Universidade Metodista de São Paulo por meio do Boletim IndústriABC a
cada trimestre. Esta é a 9ª edição.
Expectativas baixam
Apesar
de alguns indicadores positivos, o sentimento geral do setor no ABC é
de frustração com a economia e de expectativa com a eleição presidencial
de outubro próximo. Puxaram o ICEI para baixo o item “Expectativas da
Economia Brasileira” (54,4 pontos em julho contra 67,5 pontos em janeiro
deste ano) e o item “Condições da Economia” (38,2 em julho e 65 em
janeiro).
“Um
fator que justifica essas mudanças entre o início e o fim do 1º
semestre foi a queda na estimativa tanto de ampliar a produção quanto de
crescimento
da economia em 2018. Em torno disso se depositava confiança na retomada
mais rápida da atividade econômica”, afirma professor Sandro Maskio,
coordenador de estudos do Observatório Econômico da Metodista.
A
estimativa de evolução da produção caiu de 53,6 em julho de 2017 para
45,6 em julho de 2018 e isso é significativo no Grande ABC porque a
indústria
tem peso importante (de 23%) no PIB local. De qualquer forma, os
números do ABC são melhores do que os de São Paulo e do Brasil. Para 52
pontos de confiança na região, o ICEI paulista ficou em 48,3 e o
brasileiro em 50,2 em julho. Acompanham estimativa do
Relatório Focus do Banco Central, que no 1º trimestre previa
crescimento de 3,9% na produção industrial em 2018 e, quatro meses
depois, reviu para 2,85%.
Investimentos dão fôlego
Puxada
pelo ramo automobilístico, a indústria do ABC tem mostrado fôlego
devido aos aportes para lançamentos de novos veículos, confirmados em
2017.
No item “Intenção de Investimento”, o Grande ABC saiu de 45,2 pontos ao
final do 1º semestre de 2017 para 55,9 em julho deste ano. Em São
Paulo e no Brasil esse indicador está estabilizado em 50.
Também
chama atenção a ligeira intenção de “Evolução do Emprego” no ABC, de
53,9 para 54,7, o que não neutraliza o alto índice de desocupação na
região de 17% da PEA (População Economicamente Ativa) apurado pela
Fundação SEADE.
O
uso da capacidade instalada subiu de 63% para 67% no Grande ABC (para
média de 65% em São Paulo e no Brasil), indicando que ainda há
ociosidade
em um-terço da produção. “O cenário aponta a necessidade de os
candidatos à Presidência do Brasil apresentarem proposta consistente de
política econômica, incluindo ações de política industrial para
fortalecer a atividade, com diretrizes claras e instrumentos
robustos”, afirma o economista Sandro Maskio.
Acompanhe a íntegra do 9º IndustriABC em
http://portal.metodista.br/ observatorio-economico/ industriabc
Obs. Prof. Sandro Maskio estará à disposição a partir das 14h pelo cel. 99736-3207
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