sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Incentivos de Longo Prazo, uma nova realidade para altos executivos

Estudo de remuneração da Page Executive mostra que, independente do porte, as companhias tem investido neste benefício para reter seus executivos

Mesmo com o desempenho fraco da economia em 2012, a demanda por executivos seniores no mercado brasileiro continua aquecida e, desta forma, a retenção de profissionais tem se tornado um tema crítico para as áreas de Recursos Humanos das empresas.

Na pesquisa de remuneração 2012/2013 da Page Executive, este fato ficou evidenciado devido ao incremento de 50% na inserção dos ILP - Incentivos de Longo Prazo - na composição dos pacotes de remuneração dos executivos, sendo uma realidade para 63% dos profissionais entrevistados em 2013, contra 40% em 2012.

“Os planos de opções de ações surgiram para que executivos pensem no futuro da empresa, não só nos resultados imediatos. Este bônus é uma forma de compensação aos executivos que se comprometerem a manter-se na empresa por um determinado período de tempo, mesmo com a expectativa de diminuição na remuneração variável. O Incentivo de Longo Prazo é mais aplicado, em média, entre as empresas nacionais e multinacionais.” declara Alexander Zuvela, diretor da Page Executive.

A Page Executive é a unidade de negócio dedicada ao recrutamento para alta direção do PageGroup, que ainda conta com a Michael Page para recrutamento de posições para alta e media gerencia e a Page Personnel, dedicada aos profissionais de suporte a gestão.

 

CEOs de  empresas nacionais em alta
Outro ponto de destaque sobre a transformação das políticas de remuneração para os altos executivos indica que as empresas nacionais não apenas se aproximarem da remuneração praticada pelas multinacionais como, em muitos casos, acabam oferecendo condições ainda melhores.

A pesquisa contou com a participação de aproximadamente 700 executivos do alto escalão de 600 companhias instaladas no país, sendo 48% de empresas nacionais, e 52% de empresas de origem estrangeira.

Enquanto o pacote de remuneração salário anual do presidente de uma companhia estrangeira com receitas anuais de até R$ 100 milhões, chega a R$ 648,000 o de uma empresa brasileira atinge R$ 798,000, diferença de 23,15%. Essa diferença também é significativa nas empresas de grande porte com faturamento entre R$ 1 bilhão e R$ 2 bilhões, onde, nas corporações nacionais, os CEOs recebem em média R$ 1.560,000 e nas multinacionais R$ 1.430,000, diferença de 9,09%.

Para Zuvela, os executivos de empresas nacionais recebem salários fixos mais altos porque, geralmente, têm mais autonomia de decisão em relação a seus pares de empresas estrangeiras e, consequentemente, maior impacto nos resultados da companhia.

Para Diretores Financeiros (CFO) de empresas do mesmo patamar de faturamento (inferior a R$ 100 milhões), a faixa salarial dos executivos das empresas multinacionais se mostrou 3.5% acima da aplicada aos de empresas nacionais. Por outro lado, nas companhias de médio e grande porte, faturamento entre R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões, os CFOs tem melhor remuneração nas empresas nacionais, com um pacote de remuneração 9% superior.

As médias salariais anuais aplicadas aos Diretores Comerciais e Diretores de Marketing (CCO / CMO) é bem equilibrada entre as empresas de diferentes faturamentos, sejam elas nacionais ou multinacionais (R$ 649.500,00 e R$ 652.000,00 de remuneração anual, respectivamente).

Para os Diretores de Recursos Humanos (CHRO), a faixa salarial aplicada em empresas nacionais de maior porte, faturamento entre R$ 1 bilhão a R$ 2 bilhões, se mostrou 17% maior do que a faixa aplicada aos profissionais de empresas multinacionais com o mesmo faturamento.
Pontos de destaque na comparação com a pesquisa anterior

Salário Base: o salário base obteve uma variação alinhada com as expectativas de inflação do mercado, para todos os setores. Em nenhum dos cargos analisados houve incrementos significativos neste item.

Incentivos de Curto Prazo: apresenta-se uma tendência de manutenção ou redução nesta parcela da remuneração dos executivos, quando é traçada uma comparação com os dados do estudo realizado em 2012.  “Este fato se deve ao fraco desempenho da economia quando comparado ao ano anterior e, consequente, diminuição nos resultados das empresas”, explica Zuvela.

ILP (incentivo de longo prazo): dos componentes do pacote de remuneração, este foi o que mais se destacou em comparação com o ano passado devido a um cenário ainda aquecido na demanda por executivos, aliado à redução dos bônus de curto prazo em razão dos resultados das empresas em 2012.  “Verificamos que muitas empresas implementaram novos programas ou estenderam este benefício a um número maior de executivos”, diz.

Aumento na contratação de diretores estatutários: os resultados da pesquisa demonstram uma tendência de aumento na contratação de executivos nas empresas nacionais para cargos estatutários. Isso evidencia uma preocupação com a governança corporativa aplicada nestas organizações”, observa.
 


Seguro D&O para executivos: foi verificado um aumento na quantidade de executivos com responsabilidade estatutária com seguros de responsabilidade civil e criminal (D&O), quando comparados com as informações da pesquisa de 2012. 55% dos executivos entrevistados que tem responsabilidade estatutária, afirmam possuir o seguro “D&O”. “Isto demonstra uma preocupação crescente do mercado com o envolvimento dos seus executivos com a operação e com a responsabilidade dos mesmos à frente da organização”, explica Zuvela.

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