Na nova era da Cachaça, apreciadores
buscam mais qualidade do que preço baixo
Um
setor que impressiona. O Brasil atingiu em um único ano um faturamento de quase
R$ 6 bilhões, quando foram produzidos mais de 500 milhões de litros de Cachaça.
O país já contabiliza mais de 40 mil produtores alocados, principalmente, nos
estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Minas Gerais e
Paraíba, sendo, 99%, do total, micro empresas. Apesar de exportar apenas 1% da
produção, mais de 60 países já consomem o “ouro líquido brasileiro”.
E
a grandiosidade não para por aí. A cachaça tem apresentado crescimento no
mercado internacional, sendo o terceiro maior destilado do mundo. A bebida
também ocupa posição de destaque no mercado nacional, no qual o volume
corresponde a 50% no segmento de destilados. Além disso, é o segundo maior
mercado de bebidas alcoólicas no Brasil, atrás apenas da cerveja.
E
assim, com este panorama, que a Cachaça avança desbravando a sua nova era,
trazendo uma mistura história de 500 anos unida à utilização de novas
tecnologias e conceitos para a otimização da produção, objetivando fidelizar e
conquistar cada vez mais novos apreciadores no Brasil e no mundo.
A
bebida evoluiu. Nos últimos 10 anos surgiram pesquisas científicas que fizeram
com que os produtos melhorassem muito a qualidade. Por meio dos processos de
fermentação se descobriram pontos importantes sobre a Cachaça. A higienização
dos alambiques ganhou papel fundamental na produção por conta das leveduras, o
que acarretou na baixa de acidez do produto, impactando diretamente na
qualidade sensorial. Essa soma de fatores contribuiu para alavancar o mercado
consumidor.
“São
muitos fatores que podem interferir na qualidade da bebida, mas o principal é a
higiene do alambique, que faz com que a fermentação ou destilação não sofra
influência de nenhuma contaminação externa. Já o envelhecimento em madeira
agrega bastante sabor e aroma à cachaça, mas isso não significa que “quanto
mais tempo, melhor”. Cabe ao máster blender do alambique analisar a cachaça
periodicamente a fim de definir o melhor dia para retirá-la do barril”, explica o CEO da Middas Cachaça,
Leandro Dias.
Outro
ponto fundamental é a promoção da educação do setor. Há tempos, não havia
tantas pessoas treinando o mercado para a Cachaça. Por isso, as pessoas estão
buscando mais qualidade do que preço baixo em relação ao produto, além de novas
experiências sensoriais.
“Existe
muita gente boa trabalhando para difundir os conceitos, qualidades e vantagens
da cachaça. A maioria fazendo um trabalho por amor, gosto pelo produto e pela
cultura e alguns por perceberem um mercado promissor nas áreas de consultoria,
produção, venda, exportação, turismo e comunicação”, comenta o presidente da Confraria
Paulista da Cachaça, Alexandre Bertin.
O
especialista completa. “Felizmente agora já consigo encontrar ações
determinadas para a valorização da bebida, como não preparar a caipirinha com
outros destilados. Além disso, vejo cartas com drinks autorais com cachaça se
expandindo para locais mais diversificados, como hotéis e outros
estabelecimentos. Parece estranho, mas no Brasil, país da cachaça, nossas
cartas (cardápios) nos bares e restaurantes têm maior diversidade de whiskys e
de outros destilados do que do nosso destilado nacional. Mas isso vai mudar”.
* Dados:
ABRABE - Associação Brasileira de Bebidas
SICOBE - Sistema de Controle da Produção de
Bebidas da Receita Federal
IBRAC – Instituto Brasileiro da Cachaça
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária
Conheça
as empresas que estão fazendo sucesso no mercado brasileiro:
Cachaça
Seleta
A
Seleta, maior produtora mundial de cachaça artesanal, acompanha e
participa ativamente do crescimento e evolução desse mercado, afinal, são mais
de 40 anos produzindo rótulos de qualidade, sabor e inspiração singulares. Mais
informações: www.cachacaseleta.com.br.
“As
características do clima, solo e localização geográfica favorecem o
desenvolvimento de uma variedade de leveduras selvagens especiais, responsáveis
pela qualidade e sabor das cachaças produzidas pela empresa. Em cada garrafa há
um pedacinho do Brasil”, afirma Ednilson Machado, Diretor Comercial
e de Marketing da Seleta.
Middas
Cachaça
Microdestilaria
HOF
“Durante
a trajetória da cachaça, podemos notar que a evolução da bebida teve reflexos
diretos no perfil do consumidor. Antigamente, havia ocasiões específicas para
apreciar cachaça. Hoje, temos a cachaça artesanal que está sendo consumida em
diversos momentos, como aniversários, Happy Hour, ou até mesmo numa roda de
amigos, da mesma forma que os demais destilados. Com isso, identificamos que a
valorização da cachaça está ganhando força e de uma maneira cada vez mais
positiva”, afirma Martin Braunholz, sócio-proprietário
da MicrodestilariaHof.
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